terça-feira, 11 de março de 2008

Minha conversão

Hoje creio que o Senhor tem um plano de vida e salvação para todos. E a salvação está em Seu Filho Jesus Cristo, o Nazareno.
Ninguém tem o conhecimento para atingir a salvação se o conhecimento não chegar. Ele chega a partir da Palavra. Não qualquer palavra, mas a Palavra de Deus expressa por meio das escrituras sagradas, confiadas inicialmente ao povo judeu, através dos profetas de Deus. Homens das mais diversas áreas do conhecimento e atividades e níveis sociais. Desde homens mais simples a reis. Muitos deles não chegaram a ser contemporâneos. No entanto, todos anunciaram a salvação por meio de Jesus Cristo.
Senhor. Muito que temos em mãos depende do que somos e do que fazemos. Há atividades que cabem a nós serem realizadas, e outras somente ao nosso Bom Deus. Digo isso porque freqüentemente percebo cristãos deixando tudo nas mãos do Pai. Não digo que não seja correto, mas o Senhor deseja que possamos crescer em Sua presença, orientados por Seu Espírito, claro, mas que haja liberdade de ação sem contrapor a Palavra do Senhor. Uma passagem das escrituras que ressalta muito bem isso, ensinada por nosso Senhor Jesus Cristo, é o momento de ressurreição de Lázaro. O Senhor poderia muito bem ter retirado a pedra num instante, mas Ele pediu que os homens a tirassem. Cabe ao homem determinadas atitudes e ações. Ao Senhor Deus cabe o que o homem não pode realizar, principalmente.
Mas voltemos ao meu processo em que o Senhor Deus me possibilitou começar a conhecê-Lo. Amado Jesus! Agradeço-Te, meu Senhor, pela Tua graça e misericórdia sobre a minha existência, Senhor meu e Deus meu!!!
Meu nascimento se deu no interior e sertão da Bahia, numa cidade sobre a Chapada Diamantina, Morro do Chapéu. Porém, apesar dessa geografia, há no inverno um clima semelhante ao do sudeste do país. Minha família de origem mista de índios, negros e brancos e influenciada pelas mais diversas manifestações religiosas de origem indígena, africana e romana. Cresci, portanto, em meio à tradição de rezas, benzedeiras, idolatria a imagens de pedra, madeira e pinturas.
A base da minha família era meus pais, tios e tias, e cinco irmãos. Pelo que fui informado, eu fui o sexto, após a morte do quinto. E devido às dificuldades de saúde da minha mãe, fui encaminhado aos cuidados de uma de suas irmãs, que a partir daquele momento, ainda com idade tênue, cuidou e criou-me até os meus quinze anos. Nesse período pude crescer e ter uma infância muito abençoada, livre, aventureira, criativa, educativa, dentro dos conceitos morais e vigentes. Também muitas desventuras, como um afogamento meu em um rio traiçoeiro em que, quando me dei por vencido estava sendo levado, pela maior densidade do meu corpo e sem a arte de saber nadar, para o fundo. A simples reação instintiva foi levantar o meu braço direito enquanto afundava e já embebido. Senti em seguida alguém me abraçar e me puxar para emergir e sentir o ar entrando em meus pulmões novamente.
Quanto à pessoa que me salvou, até aquele momento não a tinha visto. Era um outro moleque, um adolescente de pele negra e cabelos típicos da raça. Eu estava por volta dos meus oito anos de idade. Tenho alguma lembrança dos seus traços, mas não saberia descrevê-lo, além disso. Um acontecimento normal e aparentemente natural no rio Itapicurú na cidade de Queimadas, Bahia.
Nessa mesma cidade, de vez em quando era levado ao templo católico da cidade pelos meus tios, e algo me desagradava quando entrava. Aquelas imagens por todos os lados me davam certo temor, não me sentia bem, me incomodava.
Meu tio era maestro de música. Ele regia bandas das cidades em que vivíamos e naturalmente fui envolvido para também tocar e ser músico, algo que não me atraia, infelizmente. Por essa atividade, mudávamos de cidade sempre. Meus tios tinham um altar em casa com muitas imagens e dentre elas havia as de cosme e damião. E minha tia colocava alimentos para eles e dizia que eu era protegido por eles. Na cidade de Jacobina, num certo inicio de tarde, tive um surto, sem mais nem menos, de medo, pavor, e sair desesperado pela casa chorando e gritando que estava morrendo e que minha tia me ajudasse. Ela preparou algum tipo de chá e também água com açúcar e me deu. Fui acalmando e passou aquela situação. Ela me benzeu e rezou alguma coisa. Depois daquilo vivia sempre com receio e de vez em quando voltava a ter aquele surto novamente. Quando sentia que iria acontecer, procurava correr para a casa de um dos meus amigos onde procurava me distrair. Com o passar do tempo, essas sensações foram diminuindo.
Sempre tive a sensação de ser agraciado com bênçãos ou presentes do Senhor Deus, pois as coisas pareciam sempre dar certo, apesar das mais variadas dificuldades. É simplesmente incrível!
Vim para São Paulo em dezembro de 1983 com os meus tios e permaneci por aqui enquanto eles voltaram à Bahia no mês seguinte. E aconteceu algo no dia da partida dos meus tios, indo para a rodoviária e acompanhados por nós, seus parentes mais próximos. Eu estava quase que como uma pedra rígida e fria, com meus 15 anos. E aconteceu que algo entrou no meu olho e comecei a lacrimejar. Percebi ali algo que vinha do Senhor Deus, pois para as pessoas ao meu redor, que com certeza estavam me avaliando, esperavam que me desmanchasse, o que não aconteceu, mas o Deus vivo providenciou o cisco.
O tempo continuou e casei-me, entrei na Universidade Federal de Viçosa, tive mais bênçãos como moradia e alimentação. Algo me dizia que como professor de física não ficaria desempregado.
Terminei a graduação e fui fazer mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE - em São José dos Campos.
Minha esposa procurou suprir em todos os momentos a distância no período da graduação, pois ela também estudava, só que em São Paulo. Terminamos juntos a graduação e iniciamos praticamente juntos o mestrado, cada um em sua área.
Tínhamos um bom relacionamento, mas no meu íntimo não era o suficiente para mantermos o matrimônio, segundo meus conhecimentos humano e racional, uma vez que casamos quase que obrigados, pois ela havia engravidado e em seguida realizado aborto por pressão da mãe e omissão de minha parte. Ela se esforçava para agradar-me, mas eu não fazia muita coisa. Grande erro de um esposo.
Em setembro de 2000 terminou a relação física, como esposo e esposa, de cerca de 12 anos juntos. Fiquei um período infeliz, uma vez que passamos quase a metade de nossas vidas juntos, de muita amizade, momentos felizes e inesquecíveis, outros nem tanto, mas em sua maior parte um comprometimento verdadeiro. Ficou uma lacuna no meu ser.
Em meu coração eu jamais tomaria qualquer iniciativa para separação. Mas inconscientemente provocava situações que possibilitaram que ela tomasse a iniciativa, foi o que aconteceu.
Cinco meses depois, após uma viagem ao Recife onde fui realizar um curso de física, por um mês, na tentativa de afastar-me de São Paulo, conheci uma pessoa que iria se revelar a mulher com a qual sempre sonhei. Ela era do Rio de Janeiro e nos apaixonamos pela internet sem ao menos nos vermos.
Dois meses depois nos conhecemos pessoalmente e foi a maior aventura que já tinha realizado até então. Ela era evangélica.
O fato de ser discípula de Cristo não estava condizente com as ordenanças do Senhor, mas o Senhor o permitiu. E me envolvi intensamente com ela. Amei-a como a uma mulher de sonhos. Agradecia ao Bom Deus por isso.
O tempo foi passando e a distância nos foi afastando, apesar dos constantes contados diários. Dúvidas foram surgindo e angustias também. Fui ficando cada vez mais apreensivo e emocionalmente adoentando-me. Entrei num estado de depressão que não fazia idéia.
Acabamos o relacionamento e questionava a Deus o por quê. Se Ele pretendia me atrair a Ele com ela, por que me havia tirado-a? Não compreendia.
No final daquele ano e início de 2002 recebi notícias de um amigo, que fora meu colega de Universidade e também físico, que estava vindo para São José dos Campos para também fazer o mestrado no INPE. Ele precisava de ajuda para procurar um local de moradia mais próximo do Instituto.
Quando ele e sua família, esposa e casal de filhos, se estabeleceram, comecei a visitá-los. Até então, eles pareciam as mesmas pessoas com as quais passamos momentos agradáveis em Viçosa – MG. Mas algo havia de diferente.
Comecei a expor meus últimos acontecimentos a eles e num certo momento fui questionado sobre Deus. Disse-lhes que sempre cri na Sua existência e era incrível como podia perceber através de vários fatos que aconteceram em minha vida, alguns já citados acima. Mas acrescentei que nenhuma religião me atraia, pois não acreditava em religião, que alias havia uma atração para a filosofia oriental ou para o budismo. O Senhor Deus é misericordioso demais para com todos nós. Acreditem!!!
Apenas um parêntese. Em meus agradecimentos na minha dissertação de mestrado coloquei a seguinte frase: “Agradeço ao meu bom Deus pela oportunidade da vida, permitindo-me cumpri mais uma etapa dela, e por ter consciência da Sua presença”. Essa era a percepção que tinha do meu hoje amado Deus. Tinha consciência. Creio que os agradecimentos são muito mais importantes do que a própria dissertação.
Num determinado momento da conversa com o amado casal de amigos, a esposa começou a falar do Senhor Jesus, da Sua obra na cruz, da vontade do Pai! Senhor! Olhava para ela e parecia-me uma outra pessoa a falar-me. Foi impressionante. O lar deles dava-me uma paz que hoje sei que é aquela que ultrapassa todo o entendimento. Em todos os meus momentos de angustias, após essa conversa, corria para lá, ainda sobre os efeitos dos sintomas de depressão, como a síndrome do pânico.
Fui convidado a participar da reunião que ocorria todas as quartas na casa deles. No começo achei meio estranho, apesar de participar de outras tantas reuniões de partido de esquerda no qual era militante, de sindicato dos professores, encontros e congressos, mas essa me parecia estranha. Em princípio houve certa resistência, porém fui.
Enquanto isso, na minha família já havia duas pessoas que já tinham recebido a graça do Senhor Jesus, minha irmã primogênita e um primo meu de segundo grau. Lembro-me que passei a olhar minha irmã com outros olhos, indiferente, após sua conversão. Até comentei algumas coisas, das quais não me lembro, mas que lhe eram desfavoráveis. Mas ela já estava salva! Graças ao Bom Deus!
Desde então ela intercedia pela família. Sempre que possível procurava passar-me alguma fita de pregação que eu não dava qualquer importância. Convidava-me a ir até a congregação onde os seguidores de Cristo se reuniam. Não dava a menor bola. É importante ressaltar que não era algo especificamente à Cristo que incomodava, mas sim às pessoas, a figura do pastor, a estrutura etc.
Os meus amigos de minas vieram em resposta a orações de minha irmã e cunhado, baseando-se na Palavra que diz que o profeta não tem honra na sua terra. Era necessário outras pessoas serem usadas pelo Senhor para alcançar a minha vida. E nada como amigos antigos que sofreram significativa mudança de vida para a Vida.
Juntamente com aquele contexto depressivo, as orações de minha amada irmã, e agora a presença de meus bons amigos, comecei a abrir-me para a Palavra que me fora sendo compreendida à medida que fui sendo orientado a lê-La.
Meu momento era de dor. Não dor física, mas emocional. Comecei a orar ao Senhor, não com palavras repetitivas, mas aquilo que estava no meu coração. Comecei a buscar a fonte e beber dela, as Escrituras Sagradas.
Muitas lágrimas foram derramadas pela dor, inicialmente, mas depois por compreender o quanto estava afastado da vontade do Senhor.
Comecei a ler os evangelhos e à medida que ia prestando culto e ouvindo a Palavra sentia-me mais fortalecido, seguro e protegido.
Como haviam me diagnosticado que estava com depressão e precisava afastar-me do trabalho como professor, era preciso, segundo o médico psiquiatra, que eu deveria ser medicado e que se não o fosse isso iria piorar e seria mais difícil depois. Nessa consulta a minha mãe e minha irmã estavam presentes. Minha mãe, uma católica agora efervescente, estava de acordo com a orientação do médico. Mas eu fui enfático e determinei e disse ao médico que não seria necessário qualquer medicamento, pois a partir dali o Senhor Jesus Cristo me curaria daquele mal. Ele me disse que era importante ter alguma fé realmente, mas os medicamentos eram necessários. Rejeitei-os, em nome do Senhor Jesus Cristo! Foi um passo importante e firme na minha fé mais recentemente renovada.
O que aconteceu? Fui curado pelo Senhor Jesus Cristo. Passei a buscar a mente de Cristo para mim.
E aconteceu em meio aos louvores, na congregação, na cidade de Suzano, que experimentei a maior experiência que até então havia experimentando e que desejo que todos possam tê-la algum dia.
Vi uma imagem de um Homem, mas sem as características físicas com as quais estamos acostumados. Eu estava com os olhos fechados, porém a visão era nítida desse Homem vestido de vestido longo, mas todo ele era que como transparente, translúcido, difícil de expressá-Lo, descrevé-Lo. Vi-O em minha frente e vindo em minha direção. Continuei naqueles instantes, contemplando esses acontecimentos e o que estava por vim, em louvor. O fato é que tinha a plena convicção que sabia quem era aquele Homem desde o primeiro momento.
Ele se aproximou de mim pelo meu lado direito e passou atrás de mim. Foi aí que senti o que jamais senti em toda a minha vida. Ainda não sei o que é está no céu, mas posso crê que será algo assim na presença dAquele que é digno de toda honra e glória! Vi e senti o Senhor colocar a Sua mão sobre, em contato, com meu ombro direito.
Foi a sensação mais maravilhosa que senti até então. É algo indescritível e imensurável! Faz-me lembrar daquela mulher samaritana junto ao poço de Jacó quando o Senhor se revelou a ela...Oh, Senhor da glória!!!
Recebi a Água viva do próprio Senhor Jesus!!! Um insignificante como eu. Pecador, imundo, sem merecimento de qualquer olhar do Rei da Glória. Mas por Sua obra na cruz, pelo Seu precioso sangue derramado por todos nós, pelo Seu amor eterno e pela Sua Palavra de vida eterna e verdadeira, Ele o fez. Para o louvor de Sua glória, deu-me vida, e vida em abundância, pela Sua infinita misericórdia, pela sua preciosa graça, Ele me fez nova criatura por um simples toque.
No entanto, é importante frisar que as boas-novas são para todos, mas principalmente para os que têm um coração quebrantado e espírito contrito. Quando nos arrependemos de todos os nossos pecados e declaramos com a nossa boca e cremos em nossos corações que Jesus Cristo é o nosso Senhor e Salvador. Foi o que aconteceu comigo. Reconhecendo nEle a minha Salvação, pois sem Ele não somos absolutamente nada, tudo é vaidade. Sem Ele somos pó cujo inimigo de nossas almas se alimenta (Ge2:7; 3:14).
Confesso que não seria em qualquer lugar que poderia contar tal testemunho, pois o que vejo são pregações de prosperidade, descarregos, de vitória, mas o de arrependimento é pouco visto e ouvido. O sobrenatural do Senhor Deus é justificado apenas racionalmente, por meios quase que coincidentes, por portas abertas, livramento. Sim. Essas coisas acontecem e glória ao nosso Bom Deus por isso, mas há mais que isso. Há o sobrenatural de Deus!!!
Na oração que o Senhor Jesus nos ensina, o conhecido Pai nosso, mas não praticado por tantos, Ele nos diz para que o Reino de Deus venha a nós, a Terra. Deixemos que venha então. Com todo o seu sobrenatural! Com seus anjos! Suas revelações no temor e no tremor do Senhor!
Erreis por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus!
Ele age desde as mais simples coisas como um cisco no olho até algo como mover uma montanha ou ressuscitar um morto. Ele age!!!
Ah, meu Deus eterno! Derrama mais de teu poder sobre todas as criaturas tuas, Senhor! Dar aos teus filhos, Aba Pai, a consciência de quem somos, em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!!! Amém e graças a Deus!!!